“Precisamos combater de forma efetiva o genocídio da juventude negra”, diz vereador Silvio Humberto

O Portal Mídia 4P, site voltado especificamente para a questão racial, propôs, no Dia da Consciência Negra, que personalidades negras refletissem sobre a data. Para todos os (as) entrevistados (as) foram encaminhadas as mesmas perguntas. Abaixo, seguem as respostas do presidente do PSB em Salvador, o vereador Silvio Humberto .

Por Anderson Sotero, do Mídia-4P

O vereador Silvio Humberto (Foto: Gabriel Castro Herrera)

4P – O Dia Nacional da Consciência Negra é comemorado há 16 anos. Nesse intervalo, o que mudou?

Silvio Humberto – A primeira marcha da consciência negra comemora neste ano 40 anos. A minha entrada no movimento negro está intrinsecamente ligada a essa ação, onde a minha razão de ser na política tem nome e sobrenome: movimento negro, em particular, aqui da Bahia, e eu guardo a minha camisa até hoje. Muita coisa mudou, onde essas mudanças foram frutos das nossas ações. Muitas mudanças feitas na área da educação, da promoção da igualdade racial e os retrocessos que estão em curso têm relação com nosso avanço. A universidade pública, a ocupação do ambiente acadêmico é um grande exemplo. Temos incomodado.

4P – O que ainda precisa avançar?

Silvio Humberto – Precisamos combater de forma efetiva o genocídio da juventude negra. Os dados são alarmantes e esses corpos que não contam, precisam contar. Em conversa com a juventude, a pergunta mais presente é “o que devemos fazer numa abordagem policial?”. Precisamos informar e chegar a esse público, seja das escolas públicas, das comunidades periféricas e todos os espaços. A cartilha elaborada pela Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE) precisa chegar nas escolas públicas, por meios de oficinas e formações. Isso é uma forma de defender a juventude negra contra a violência e mudar a mentalidade da abordagem policial com os nossos jovens.

4P – Sobre qual aspecto da questão racial você acha que a sociedade precisa refletir mais?

Silvio Humberto – A sociedade precisa refletir mais. Precisamos entender se realmente o nosso país quer avançar e quer um desenvolvimento socioeconômico, sustentado e sustentável. Precisamos desenvolver as pessoas, enfrentar o racismo, o sexismo e outras formas de iniquidades. O 20 de novembro é uma oportunidade de celebração e considero um avanço fantástico, onde nós começamos com um dia e hoje transformamos em um mês chamado Novembro Negro. Mas ainda não paramos por aí. Na história contemporânea, não tem um movimento que mais avançou nas suas conquistas, que não seja o Movimento Negro, o movimento das mulheres e, sobretudo, o Movimento das Feministas Negras. A sociedade brasileira precisa quebrar esse pacto Narciso diário, de apenas se ver no espelho.
Precisamos enfrentar o racismo com políticas públicas de promoção da igualdade racial pra valer. Aí sim estaremos dando um grande salto civilizatório.

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