Brasileiros são destaque em evento da ONU sobre afrodescendentes

Filósofa paulista Djamila Ribeiro fala sobre promoção da igualdade racial e importância da população negra em vários âmbitos da sociedade; mestre de capoeira Plínio traz os sons africanos para a sede das Nações Unidas.

Por Leda Letra Do Unmultimedia

Foi realizado na sede da ONU, esta segunda-feira, um evento de alto nível sobre inclusão e contribuição dos afrodescendentes para a sociedade. O debate é uma das atividades da Década Internacional de Afrodescendentes, que segue até 2024.

A filósofa brasileira Djamila Ribeiro foi convidada a participar do encontro. Atuando como secretária-adjunta da Secretaria de Direitos Humanos da cidade de São Paulo, ela destacou à Rádio ONU a importância de políticas públicas em prol dos afrodescendentes.

Cultura

“Vou falar muito sobre as iniciativas que temos tido na gestão de São Paulo em relação à promoção da igualdade racial, como atendimento psicossocial às mães que perderam seus filhos vítimas de violência policial; o quanto que para a Secretaria de Direitos Humanos a centralidade do debate racial é importantíssimo, e pautar políticas neste sentido é importante. Eu acho importantíssimo a gente trazer à tona as nossas manifestações culturais, que durante muito tempo foram perseguidas ou não foram legitimadas. Mostrar a importância da população negra não só na cultura, mas em vários outros âmbitos da sociedade.”

Além de Djamila Ribeiro, o evento de alto nível contou com a presença de outros brasileiros, que fazem parte de um grupo de capoeira. No salão do Conselho Econômico e Social da ONU, Ecosoc, pode-se ouvir os sons da cultura africana.

Reconhecimento

Quem participou da apresentação do grupo foi o mestre de capoeira Plínio. Ele fala sobre a importância do mundo reconhecer essa manifestação cultural.

“Países que estão recebendo a capoeira como uma ferramenta de transformação do ser humano. Sobretudo porque é uma cultura que vem do povo africano, que tanto alimentou o nosso país e hoje a gente estar aqui é motivo de grande orgulho. O povo africano no nosso país foi muito discriminado com essas coisas e essa arte de capoeira, que engloba tantas outras artes e tem transformado tantas pessoas, faz com que reforce essa proposta de estar valorizando a cultura africana no mundo.”

Além da mesa redonda e da apresentação de capoeira, foi lançado no evento o “ONU-Song”, um grupo de trabalho formado por funcionários da organização, com o objetivo de promover o acesso igualitário de todas as pessoas dentro das Nações Unidas, independentemente de raça, nacionalidade ou etnia.

+ sobre o tema

Danai Gurira, estrela de ‘Pantera Negra’ é nomeada embaixadora da ONU Mulheres

A atriz e dramaturga Danai Gurira, conhecida por interpretar...

Aborto, por Oscar Vilhena Vieira

Nas democracias atuais, encontramos duas grandes formas constitucionais de...

Traço delas contra opressões

Umas da criadoras do Coletivo ZiNas, que publica quadrinhos...

para lembrar

Os 100 anos do Dia Internacional da Mulher

Em artigo a ministra Nilcéa Freire fala que lutas...

Nilma Lino Gomes: Nós, mulheres negras, não precisamos de padrinho

Ex-ministra da Igualdade Racial do governo Dilma rebate declarações...

Brasil: ONU Mulheres divulga nota pública sobre estupros coletivos

Um dos casos aconteceu no Rio de Janeiro, em...

Veja intenções de voto à Presidência por sexo e região segundo Datafolha

Na média nacional, Dilma tem 50%, contra 27% de...
spot_imgspot_img

Universidade é condenada por não alterar nome de aluna trans

A utilização do nome antigo de uma mulher trans fere diretamente seus direitos de personalidade, já que nega a maneira como ela se identifica,...

O vídeo premiado na Mostra Audiovisual Entre(vivências) Negras, que conta a história da sambista Vó Maria, é destaque do mês no Museu da Pessoa

Vó Maria, cantora e compositora, conta em vídeo um pouco sobre o início de sua vida no samba, onde foi muito feliz. A Mostra conta...

Nath Finanças entra para lista dos 100 afrodescendentes mais influentes do mundo

A empresária e influencer Nathalia Rodrigues de Oliveira, a Nath Finanças, foi eleita uma das 100 pessoas afrodescendentes mais influentes do mundo pela organização...
-+=