As cenas de racismo no Brasil são recorrentes, graças à tecnologia muitos casos são gravados e levados a público. O último episódio foi do motoboy, Matheus Pires, Valinhos-SP, e que deixou muitos cidadãos revoltados. O caso ocorreu na última sexta-feira (07.08).
Nas imagens, Mateus Abreu Almeida Prado Couto chama o jovem entregador de analfabeto e invejoso, apontado para a cor da própria pele.
O agressor ainda ofende o entregador, o chamando de semianalfabeto; e diz que ele tem inveja da vida que as pessoas que moram no condomínio dele têm; diz ainda que o profissional não tem onde morar nem nunca vai ter nada do que ele estava mencionando. O vídeo foi gravado por um vizinho e ganhou notoriedade na mídia brasileira.
Neste episódio podemos ver o racismo explícito existente na sociedade brasileira, e temos que destacar que a relevância da temática deve ser levada em conta, debatida e combatida com a importância que se merece. Crimes como este não podem ser minimizados, devem receber punições adequadas para que tais atos não voltem a se repetir.
O grupo Racionais MC’s, fundado em 1988 traz a música Racistas Otários, no qual o grupo relata a revolta por sofrer na pele o racismo dia após dia.
“Nossos motivos pra lutar ainda são os mesmos
O preconceito e o desprezo ainda são iguais
Nós somos negros também temos nossos ideais”
Da mesma forma que, em várias esferas, o debate que envolve o preconceito não é considerado um tema prioritário, uma vez que os escritores, autores, diretores e outros formadores de opinião, têm “preconceito de ter preconceito”, dando segmento à falta de coragem em admitir o racismo, considerando que esse problema já foi resolvido no Brasil com as leis impostas na constituição, considerando o racismo como crime (ARAÚJO, 2004).
Ser negro no Brasil é lutar por sobrevivência, por saúde, por emprego, é lutar por igualdade, é ser objeto frequente de um olhar desconfiado, é conviver com o fato de que a sociedade parece considerar que há um lugar determinado para o negro nas ocupações de motoristas, domésticas, cozinheiras, faxineiras, agentes penitenciários, nos cárceres e demais lugares que ela, a sociedade considere de pouca ocupação social e intelectual.
Ser negro no Brasil é lutar por respeito à vida, por dignidade, por emprego, é lutar por vida e direitos iguais.