Na finta perfeita donde possa surgir tanto armada quanto queixada cavando, segue meu povo caminhando.
Enviado por Neymar Ricardo Santos da Silva para o Portal Geledés
Na potência da voz, do canto e do coro, segue meu povo de astúcia tranquila.
Descendo o morro, favela e vila.
Nunca foi só resistência, a força é grande, mas na ginga da sequência de Bimba, do jogo de baixo e jogo de cima, sai meia lua de compasso sendo ao mesmo tempo chute e esquiva em lateral.
Numa luta que só é dança na aparência, segue meu povo, com coro e com canto do berimbau, feito biriba verde que enverga, mas não quebra nem a pau, mostrando que mais que resistência é um povo de resiliência.
E o que é essa tal resiliência?
Palavrinha estranha ao linguajar do dia-a-dia. Entretanto anuncia que na malícia do floreio, há arma e armadilha, no sorriso e na leseira.
No saber milenar de que a reta é o mais rápido meio de um ponto a outro, contrariamos a lógica. Fingimos tapa quando na verdade marcamos a rasteira.
Não é biológica nossa contenda, isso já se sabe, até pela sua ciência.
É questão de grana, maldade, falta de amor. E nesse dissabor que temperaste este mundo. Segue meu povo, com coro e com ginga de um canto profundo, que ensina de criança, que apesar da violência que tanto espalhas, seguimos ainda aqui, firmes e resistentes, sem malemolência, por sermos cada vez mais, a própria RESILIÊNCIA.