Geledés – Instituto da Mulher Negra segue com sua agenda nas Nações Unidas neste ano. Neste dia 8 de março, o instituto realiza na sede da organização em Genebra, na Suíça, o evento paralelo “Estratégias para enfrentar o racismo religioso”.
Os palestrantes convidados são Nazila Ghanea, relatora especial da ONU sobre liberdade de religião ou crença e professora de Direito Internacional de Direitos Humanos da Universidade de Oxford, Ivanir dos Santos, professor do Programa de Pós-Graduação em História Comparada da UFRJ, Arquias Cruz, assessor internacional da Conectas Direitos Humanos, Jamil Chade jornalista, com intermediação da assessora internacional de Geledés, Carolina Almeida.
O evento acontece de forma paralela à 55ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em que Geledés apresenta dados sobre a intolerância religiosa no Brasil entre 2019 e 2021 que comprovam o impacto do racismo nos adeptos das religiões de matriz africana.
Nesta quarta-feira, 6, Ivanir dos Santos como representante de Geledés – Instituto da Mulher Negra do Brasil e do Centro de Articulação de Populações Marginadas, falou na ONU chamando a atenção da relatora especial e do Conselho das Nações Unidas para a situação dos afrodescendentes que professam e praticam religiões de origem africana no Brasil.
“Essas pessoas enfrentam intolerância religiosa no Brasil juntamente com a interface prejudicial do racismo estrutural e institucional”, disse ele.
Segundo dados colocados por Ivanir na sessão, a linha direta do governo para denúncias de direitos humanos recebe até cinco chamadas por dia sobre racismo religioso.
O caso de Mãe Bernadette Pacifico, ialorixá e líder quilombola brasileira, assassinada com 17 tiros aos 72 anos de idade em 2023, foi citada como um caso não isolado entre os que acontecem no país. No final de seu pronunciamento, Ivanir dos Santos convidou a relatora especial da ONU para uma visita ao Brasil com o objetivo de observar e avaliar como os afrodescendentes têm sua liberdade religiosa afetada.